Moda por muitas vezes é vista como manifestações extravagantes de ego, semanas de moda, luxos e grifes. Mas você já reparou como algumas dessas marcas estão mais discretas? Elas estão apostando no chamado quiet luxury, ou luxo elegante e discreto.
O que é moda?
É um conceito em torno de tendências que englobam roupas, acessórios, comportamento, estilo de vida, ou seja, são manifestações que exploram a expressão humana seja de uma sociedade ou de forma individual. O que muitas vezes deixamos em segundo plano, são expressões por músicas, arte e tecnologias e focamos apenas na moda do jeito de se vestir. Mas você já percebeu como ela é a mais mutável de todas? Praticamente todas as temporadas ou troca de estação temos mudanças ou retorno de algo.
Só que no momento em que estamos vivendo, seja pela política ou ambiental, será que esse é mesmo o caminho?
Moda discreta e elegante
Mesmo que a pandemia já tenha passado, estamos enfrentando o começo do período de recessão que envolve inflação, guerras e um custo de vida mais alto, onde consequentemente as pessoas estão gastando menos.
Por outro lado, temos a parcela de pessoas que não foram direta ou duramente afetadas pelos fatores acima, mas que por motivo de mudança de comportamento estão aderindo a um estilo de vida com menos ostentação, basicamente por não ser “de bom tom” ostentar com itens que não são de primeira necessidade.
Muitos desses comportamentos já começaram a ser vistos em grandes personalidades em grandes premiações como o Oscar e também no Globo de Ouro como Hilary Swank e Jean Smart.
O que é o quiet luxury?
Antes de tudo, podemos fazer uma retrospectiva de como os desfiles de grandes grifes eram apresentados nas passarelas: roupas que muitos se perguntavam como seriam utilizadas fora dela, cenários apocalípticos, além de muitas situações instagramáveis para que todos que estivessem assistindo tivessem o desejo de estar ali, já que querendo ou não, parecer um evento que poucos têm acesso.
Já estamos tão acostumados com a movimentação em torno das semanas de moda, celebridades, influenciadoras representando marcas em desfiles de Paris, Milão, mas será que prestamos atenção nas marcas que foram no sentido contrário dessas grandes produções?
Moda elegante em prática
Primeiro, vimos o retorno da grande modelo Gisele Bündchen no carnaval brasileiro com a releitura de um look usado há 20 atrás, onde ela utilizou uma calça skinny branca e justa combinando com um abadá personalizado em modelo de top.
Pelo nome que Gisele tem no mundo da moda, todos sabem que suas peças carregam etiquetas cobiçadas, mas a partir disso pudemos questionar: para estar bem vestido realmente precisamos carregar marcas, logos e estampas chamativas? E é aí que o quiet luxury entra.
O conceito das peças de luxo mais discretas estão em seus tecidos nobres, alfaiataria ultrassofisticada, modelagem, corte e acabamento impecáveis e todas elas feitas com o intuito de serem peças duráveis e que poderão ser passadas de geração em geração, por exemplo. Esse é um luxo construído sem ostentações e extravagâncias, mas sim seguindo fazendo sentido mais para quem a veste do que para mostrar que estão usando determinada grife.
Algumas marcas já dão indícios de que o quiet luxury será a aposta para as próximas coleções, como por exemplo, a Bottega Veneta em seu desfile de verão 2023 com Kate Moss usando uma peça em jeans e uma camisa xadrez. Essas peças, por mais que não tenham claras referências a marca foram feitas com materiais nobres como o couro e de forma artesanal.
Com a nomeação do novo diretor criativo da Gucci, Sabato de Sarno, ao que tudo indica, a grife também entrará numa fase mais minimalista, sem logomania, estampas chamativas e outras linhas mais características da grife. Sendo assim, a Gucci poderá seguir um caminho de criações mais atemporais como já fazem Louis Vuitton e Hermés.
Quiet Luxury no Brasil
Falamos de desfiles internacionais, grifes mundialmente conhecidas, mas algumas marcas nacionais já produzem peças mais básicas, como a NK Store.
Natália Klein, fundadora da marca, diz que o estilo mais discreto e minimalista não é só mais uma tendência, é uma assinatura da marca.
Segundo Natália, após o momento pandêmico que vivemos, ela percebe uma mudança nos hábitos de consumo de clientes, principalmente da NK Store, onde elas vão em busca de peças com valor, ou seja, não somente de quanto custa, mas sim em adquirir peças que terão uma vida útil de 10, 15 anos.
O que Klein também cita é a diferença entre adquirir itens que mudam completamente o guarda roupas a cada nova coleção, muitas consumidoras da NK buscam completar o que já possuem e comprar apenas o que consideram necessário. E ainda acrescenta que vê como um comportamento futuro o excesso ficando de lado e um consumo cada vez mais consciente.
Você acha que depois de anos de ostentação da indústria da moda, com desfiles luxuosos, peças que imprimem a marca onde quer que estejam, o luxo mais